Existem filmes que, por mais que não sejam pouco conhecidos, conseguem mexer profundamente com quem os assiste. A Garota do Livro é um desses filmes. Ele não está no centro das discussões no cinema, mas, para mim, ele é inesquecível e não sei o porquê.
A história da protagonista, que lida com a busca por identidade e com o peso das experiências passadas, reflete questões que todos enfrentam, mas de uma maneira tão íntima e tocante que parece que o filme foi feito sob medida para me alcançar. De uma forma inexplicável.
O que mais me atrai nesse filme é a complexidade da personagem principal, Alice Harvey. Ela se encontra em uma constante luta interna, tentando entender quem ela é e por que faz as escolhas que faz, e com isso ela escreve, já fez um livro e trabalha com isso. Isso me trouxe uma sensação de familiaridade, como se eu estivesse acompanhando a jornada de alguém que, de algum modo, reflete minhas próprias dúvidas e medos. Não é apenas uma história sobre crescimento pessoal, é uma história sobre os fantasmas do passado que carregamos e como tentamos superá-los, muitas vezes sem saber se conseguimos ou se precisamos realmente deixá-los ir.
“Você não pode fugir do passado para sempre.”
Além disso, o filme lida com a vulnerabilidade de uma forma muito real e sem muitos detalhes. Não há tentações de fazer a trama ter mais drama ou ser grandiosa do que é. A Garota do Livro é um retrato genuíno de uma vida complicada, cheia de altos e baixos, que, no fim das contas, é algo com o qual todos podemos nos identificar. Ele mostra que, mesmo nos momentos de dor ou incerteza, há beleza na luta constante e nas pequenas vitórias que vão se somando ao longo do caminho.
O mais interessante, porém, é que este filme nunca foi amplamente reconhecido, o que para mim o torna ainda mais especial. Talvez por isso, para quem o encontra, ele se torna uma experiência única. É como se fosse uma história escondida, aguardando para ser descoberta por aqueles que estão dispostos a ver além da superfície, literalmente na superfície. E é justamente essa autenticidade que o torna tão tocante. Não se importa com as expectativas de um grande número de pessoas que vê, mas tem um poder silencioso que se conecta com quem se permite entender.
Essa combinação de simplicidade e profundidade é o que faz com que A Garota do Livro seja uma obra que fica com você longamente após o final. Ele não precisa de grande fama ou reconhecimento para ser importante; ele fala diretamente com aqueles que conseguem ver a verdade nas lutas da protagonista. O filme pode ser pequeno em sua divulgação e nada conhecido, mas sua mensagem é imensa, e a forma como ela ecoa no coração de quem se identifica com as dúvidas e os medos apresentados é o que realmente importa.
“Algumas cicatrizes não desaparecem, mas você aprende a viver com elas.”
Se você ainda não teve a chance de assistir a A Garota do Livro, eu diria que talvez seja hora de dar uma chance a essa joia escondida, onde está nas profundezas da Amazon Prime Video. Ele pode não ser o tipo de filme que todos conhecem, mas para quem se permite mergulhar na história e refletir sobre os dilemas da personagem, ele é muito mais do que apenas uma narrativa – é uma jornada emocional que, ao ser vivida, nunca se esquece. Esse filme me fez olhar para dentro de mim mesma e confrontar as partes de mim que eu às vezes tento ignorar. Talvez ele faça o mesmo por você.
E talvez seja exatamente isso que torna A Garota do Livro tão diferente só que incrível de ver: ele não grita por atenção de muitas pessoas, não tenta impressionar com efeitos grandes efeitos ou grandes reviravoltas. Em vez disso, ele sussurra verdades difíceis, aquelas que sempre evitamos encarar, mas que, uma vez sendo expostas, elas se tornam impossíveis de ignorar. Ele é um pequeno lembrete de que nossas cicatrizes fazem parte da nossa história, mesmo quando tentamos escondê-las.
“Escrever é fácil. O difícil é encarar o que você escreve.”
O filme me fez perceber que, por mais que tentemos controlar quem somos, toda hora, existe sempre uma parte de nós moldada por experiências que gostaríamos de esquecer. Alice não é uma heroína tradicional; como um romance ou drama clichê, ela é falha, vulnerável, impulsiva, e, justamente por isso, que é profundamente real. Ver sua jornada é como segurar um espelho que não distorce, que mostra cada detalhe, mesmo aqueles que preferimos não ver.
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E, ao contrário de muitas narrativas que oferecem soluções super fáceis, A Garota do Livro não entrega uma resposta definitiva para a dor da protagonista — e talvez seja aí que reside sua beleza. Não há uma redenção clichê, um final que amarra tudo perfeitamente. O filme respeita a complexidade do processo de cura, aos poucos mostrando que crescer não significa apagar o passado, mas aprender a conviver com ele.
À medida que as cenas vão aparecendo, vão se desenrolando, fica claro que a escrita de Alice é mais do que uma profissão; é um refúgio, uma forma de entender o mundo e, principalmente, a si mesma. Isso me tocou de forma particular porque, de certa forma, todos nós buscamos um espaço seguro onde possamos nos expressar sem medo de um julgamento qualquer, onde possamos existir de forma autêntica, mesmo que só para nós mesmos.
Assistir a esse filme é como ter uma conversa honesta com um amigo que não tenta aconselhar com a verdade, mas que, ao mesmo tempo, oferece um tipo de conforto: o de saber que não estamos sozinhos em nossas lutas internas. É um lembrete de que existe beleza até mesmo nas nossas falhas e fragilidades, e que a jornada para nos entendermos pode ser difícil, mas nunca é em vão.
“Reescrever o passado não muda o que aconteceu, mas pode mudar o que você sente sobre ele.”
No final, A Garota do Livro não é apenas um filme que assisti — é uma experiência que carrego comigo. Um pedaço de arte que, mesmo esquecido por muitos, ou nem ter nenhum comentário sobre ele, eu encontrei um lugar permanente dentro de mim. E talvez seja isso que faz dele uma obra inesquecível.
O fato de que, para aqueles que se conectam com sua essência, ele nunca será apenas mais um filme. Será um reflexo, uma memória, uma parte da nossa própria história.
“O amor próprio é a história mais difícil de escrever.”
Blog feito por: AstraySecrets.
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